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Dezembro de 2021. Mês de festividades natalinas, confraternizações, amigos secretos, retrospectivas nas redes sociais… a partir daí, perguntamos: o que você leu durante este ano? O que mais atraiu os leitores em 2021?

Já estamos cientes dos benefícios da leitura durante esse período de isolamento social e de restrições por conta da pandemia, que, de certa forma, afetou o processo de aprendizagem, visto que as escolas tiveram suas portas fechadas abruptamente por um tempo, tentando readaptar-se ao novo contexto.

Além disto, em casa, as crianças e adolescentes, por exemplo, estavam mais vulneráveis ao poder de atração da TV e das redes sociais, deixando os livros um pouco de lado.

Uma pesquisa realizada pelo Painel do Varejo de Livros no Brasil mostrou, por meio de um comparativo entre o período de fevereiro e março de 2020 e 2021, que houve um crescimento de 38,38% no volume de livros comercializados, o que significa que foram vendidos 3,91 milhões de livros em 2021 contra os 2,82 milhões vendidos em 2020.

Apesar desses dados positivos, sabemos que houve uma mudança na forma de consumir livros, já que e-books adquiriram espaço na “estante” da casa dos leitores, especialmente por serem mais baratos que os livros físicos. Em abril deste ano, Marcos da Veiga Pereira, presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) e sócio da Editora Sextante, já estimava um aumento entre 50% e 100% no mercado dos livros digitais. A pandemia, em até certo ponto, acelerou a adesão ao e-book por parte dos leitores e, consequentemente, popularizou os meios digitais relacionados à digitalização da leitura. Isso porque nem estamos falando dos audiobooks, que também estão incluídos nesse mercado digital de livros.

Desta forma, podemos considerar que temos alternativas a mais de leitura que não, necessariamente, pretendem substituir o livro físico, que ainda ocupa lugar cativo na estante de muitos leitores, que não abrem mão da experiência de folhear as páginas, de cheirá-las, riscá-las – ou não –, enfim. O que temos que ter em mente é que com tais alternativas há a facilidade de democratizar o acesso à leitura e, assim, alterar o quadro de poucos leitores efetivos que ainda temos no Brasil.

Em relação ao que se tem lido, o gênero ficcional foi o mais lido. Um dos autores mais procurados, entre 2020 e 2021, foi George Orwell, especialmente as obras A revolução dos bichos e 1984. É natural que assim fosse, pois narrativas distópicas contemplam aspectos e temáticas que se impuseram na atualidade com a pandemia e com os embates ideológicos que assolaram o mundo. Constam ainda nessa lista Admirável mundo novo, de Aldous Huxley, O conto da Aia, de Margaret Atwood, Ensaio sobre a cegueira, de José Saramago, entre outros.

A partir de então, vemos que os livros não deixarão de ser nossos “companheiros” ideais, pois são importantes aliados da nossa saúde mental, colaborando, sobretudo, para nos auxiliar a definir/avaliar novas perspectivas e as atuais vivências de adversidades. Nossas habilidades socioemocionais também são reelaboradas por meio da leitura, aspecto esse fundamental no contexto de pandemia que acaba por suscitar angústia e incertezas diante do que estamos vivendo.

A leitura pode ser – e é – um excelente caminho para nos pôr em contato com a profundidade, com a empatia e a contemplação, já que estamos tão mergulhados nessa vida regada pelo imediatismo, pelo individualismo, pela incerteza e pela velocidade.

E aí, já é Natal, e o que você leu?


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