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Que a leitura é um hábito que estimula o desenvolvimento intelectual e crítico, por meio do aprimoramento do raciocínio, da memória, da capacidade de concentração, de compreensão, entre outros benefícios, todo mundo sabe disso, mas será que os jovens de hoje entendem e têm consciência da importância desse hábito em suas vidas?

Para além das falhas do sistema de educação brasileira e dos problemas de nossa formação enquanto nação, o nosso país dificilmente se mostrou propício para o delineamento e a consolidação de um público leitor significativo. Se considerarmos ainda a força que a vida digital/virtual tem sobre a vida dos jovens, especialmente, a prática da leitura se torna mais difícil de ser efetuada de forma frequente para alcançar o patamar de ser um hábito.

Diante disto, retoma-se o questionamento feito anteriormente para pensarmos sobre o impacto que a falta de leitura pode causar na formação individual e intelectual de um indivíduo, visto que tal ausência dificulta o desenvolvimento da escrita, atrapalha o da oralidade, diminui a capacidade de compreensão, retarda o desenvolvimento cognitivo, para citar alguns “prejuízos” para o não leitor.

Com base no relato de alguns colegas professores, é perceptível a indisposição que nossos estudantes demonstram para as propostas de leituras sugeridas em sala de aula, para as quais alguns já emitem logo um “eu não gosto de ler”, às vezes, afirmando isso sem nem ter tentado ler algo na vida. Ademais, esse hábito não é estimulado entre eles, nem pela escola nem pela família (se considerarmos os grupos mais pobres, essa família, geralmente, já possui um déficit em relação ao referido hábito, o que impede o estímulo para a leitura em casa).

Outro ponto a ser listado é a vida internética frenética e obssessivamente constante que os jovens vivem, ocupando a maior parte do seu tempo com redes sociais, games e vídeos, aplicativos de bate-papo, com interesse muito maior no que podemos chamar de “material inútil” que parte das tecnologias oferece, a desperdiçar tempo e mente que poderiam ser melhor aproveitados com uma boa leitura.

Vale ressaltar que não se está fazendo aqui uma apologia à dizimação da internet e das tecnologias na nossa vida. Isso é impossível e desnecessário, especialmente porque o avanço da tecnologia facilitou e democratizou o acesso a uma gama de informações e conteúdos que podem colaborar para a nossa formação cognitiva e intelectual. Contudo, a partir do que foi exposto até então, pretende-se instigar uma reflexão para que possa ser pensada uma forma de equilibrar e conciliar as duas esferas: a virtual e a da leitura.

Crê-se que para ser alcançada tal conciliação é necessária uma aliança entre escola, família e sociedade, a fim de, desde a tenra idade, a criança e o adolescente sintam-se estimulados para efetivar o hábito da leitura e aprender a dosar seu tempo, de forma saudável, entre as redes sociais e os livros.

Isto pode ser feito tomando a vida on-line como uma aliada para esse processo, no intuito de provocar o adolescente para a leitura por meio das redes sociais, blogs, vlogs, podcasts, livros digitais, audiolivros etc, bem como por meio de atividades que ocorram em grupos de estudos formados nas redes, compartilhamento de material de apoio e exercícios em aplicativos, produção e postagem de memes baseados em leituras sugeridas, promoção de debate sobre algum livro lido em chats, etc.

As possibilidades são inúmeras e, pelo que parece, tentar lançar mão da aliança entre a esfera virtual e a leitura de bons livros mostra-se como uma produtiva e atraente alternativa.

Conclui-se que o que não pode continuar é a inércia ou a falta de iniciativa da nossa parte – escola, professores, família, sociedade – em buscar caminhos para promover e fortalecer o hábito da leitura entre os nossos jovens, até mesmo para que eles entendam o quão importante é esse hábito para as nossas vidas e para o nosso desenvolvimento pessoal.

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Blogger, Andarilha na Literatura e Doutora em Letras. Colunista na Revista Entre Poetas e Poesias.

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